sexta-feira, 27 de julho de 2012

Lira dos vinte anos




“Donzela sombria, na brisa não sentes
A dor que um suspiro em meus lábios tremeu?
E a noite, que inspira no seio dos entes
Os sonhos ardentes,
Não diz-te que a voz
Que fala-te a sós
Sou eu''  

Álvares de Azevedo

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Parasita de almas

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Esse medo

Esse medo vem e me arrasa,
Deixo passar muitas chances,
Perco momentos preciosos
Que nunca mais voltarão.
A busca pode ter acabado,
Mas a sensação de perda
É maior do que tudo.
Começo a perder antes mesmo
De ter ganho o que tanto sonhei,
Pois por mais que o desejo
Me impulsione para adiante.
O medo me faz recuar.
É um eterno querer
E um pra sempre recusar.
É achar que ser feliz
Nunca será para mim.
É como um sina maldita,
A de eternamente chorar.



Moni Koch

Quando uma luz se apaga

Era uma vez, uma estrelinha. Ela era como as outras possuía uma luz
que a fazia brilhar, contudo, não a impedia de pensar que mesmo sendo irradiante, não fosse tão intensa quanto as outras.
Certa vez, perdida no infinito do espaço, trancada em seu próprio mundo, orbitava entre a terra do querer e do poder. Queria muitas coisas, mas não poderia ter todas elas. Sonhava em ir além, descobrir outras galáxias, sair um pouco de sua órbita, e vagar pelo desconhecido do seu desejo.
Isso acontecia quase sempre.
No ápice de sua visita a fantasia, ele dava uma pausa ponderada. Sua mente vagante voltava a realidade de seu universo. Todo aquele fulgor que a fazia brilhar tão fortemente igualmente ao sol, havia deixado já sua intensidade de lado.
A pobre estrelinha gostava muito de sonhar, porque somente em seus sonhos ela conseguia ser admirada da maneira como sempre sonhava. Ela queria ser amada, mas suas paixões eram como cometas, que vinham e iam de maneira repentina, que mal a pobre estrelinha conseguia desfrutar desse encanto galaxial.
Certa vez, ela viu uma estrela cadente passar por ela e fez um pedido. Já que não conseguia brilhar como as outras, que ao menos pudesse ser passageira também.
Passado alguns anos-luz, uma chuva de meteoros a envolveu, dispeando-a pelo espaço, então uma camada de nuvem gasosa cobriu-a com tamanha rapidez, que num piscar de olhos, lá estava ela correndo, correndo como a um corcel, um corcel do Univeo. Corria pelo espaço espaçoso a sua volta. Toda atenção estava voltada para ela, Todos os olhos eram para ela.
Ela sumiu minutos depois, mas antes de ir, sorriu de tamanha satisfação, pois jamais alguém a em todo o seu esplendor como naquela hora. Ela olhou a sua volta e sorriu, porque ao menos uma vez na vida se sentiu realizada. Então se apagou no infinito de sua existência.


Meyre Almeida.

Broken - Sonata Arctica

Eu nasci de uma semente quebrada, eu cresci para me tornar uma erva não desejada Quanto mais rápido o tempo me excede, um pouco mais difícil é para me lembrar....de você.
Segurava uma tocha para você quando um raio me atingiu, mais uma vez, espero que eu morra pela ultima vez.Tenho apenas uma coisa mais importante que você, uma pequena luz no céu toda noite.
Orvalho da manhã no campo onde encontrei você.Eu estava congelado por um ano, não conseguia suportar.Tenho um sinal, e não uma cicatriz, no meu ombro, eu não sou o homem que você me toma por.
Se apaixonou pela fraqueza dentro de mim.Tentou me forçar o anel e me dominar.Acredito que você achou o que me obriga, uma pequena versão de mim para te consumir...Eu daria tudo de mim por você,te seguiria pelo jardim do esquecimento.Se ao menos eu pudesse te contar tudo, as pequenas coisas que você nunca se atreveria a me perguntar.
Você realmente me conhece? Eu posso ser um Deus.Mostre-me que se importa e chore.Como você me vê?... como o único?Consegue ver meu sangue quando estou sangrando?Como você pode amar este exílio, e como eu posso te desejar?
Quando minha dor é a minha dor e a sua também...

Adeus, meus sonhos(Álvares de Azevedo)

Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia 
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! Votei meus pobres dias




À sina doida de um amor sem fruto,
E minh'alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.




Que me resta, meu Deus?
Morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já não vejo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!

Demência

A fúria dos seus pecados
Cometidos em sã consciência
Fazem de minha demência
Teu servo, teu escravo


Pétalas do teu destino
Vão de encontro ao tormento
Eu, passando em um momento
De homem para menino


Caio de joelhos ao chão
Implorando uma carência
E de novo, essa demência
Corrompe meu coração